terça-feira, 29 de junho de 2010

εspεяαnçαs

Naquele dia fui ao teu blogue, pela primeira vez. Tinhas-me falado dele tal como eu falei do meu. E então vi.
Aquela foto…
Aquelas palavras…
Aqueles sentimentos…
O meu coração apertou-se. E eu chorei. Como não chorava há algum tempo…
Arrependo-me por tê-lo visto, mas talvez tenha sido o melhor. Não posso esconder a realidade que está à minha frente.
E passados uns tempos, aquele nó continuava ali, prendendo-me àquela tristeza...
Aqueles minutos a olhar para a página fizeram-me reflectir em meses… E agora só penso em como vou superá-lo...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

εscutα



Escuta. Consegues? É isso mesmo. Sim, sou eu. Vim para te pedir que escutes. Para te pedir que sintas o que sinto.
Escuta. Escuta a minha alma, o meu coração… Escuta o meu interior. Invadido por sonhos e alegria, por mágoas e sofrimento.
És quem preciso para acabar com a solidão que me inunda por dentro. Mas para poderes cumprir o teu papel tens de escutar.
Não. Cala-te. Simplesmente não digas nada. É-me suficiente que escutes.
Mas uma coisa te peço: Não oiças. Isso não, nunca! Escutar não é o mesmo que ouvir. E se não sabes a diferença, pergunta. Se não obtiveres resposta, procura-a. Procura o que precisas de saber. Quando te encontrares, aí sim, escuta. Acaba com o meu sofrimento, com esta dor. Aprende. Escutar é ouvir com o coração. Lembra-te disso quando tiveres de o fazer.
Aceita-o como uma lição que podes e dever guardar aí dentro para que, quando encontrares alguém que não eu que precise de ser escutado, não faças asneira como fizeste comigo.
É tudo o que te digo e é para o teu bem… Para o bem de quem escuta e de quem é escutado.
Só isto: Escuta!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

luıs αmıgo



Já não te vejo há tanto tempo… Como estarás agora?... Lembro-me de como estavas quando partiste… Quando te vi pela última vez… A tua face estava pálida como o gelo e resplandecia de luz, transmitindo paz… Estavas de branco… Tão puro… Tão sereno… Tão irreal…
E a única pergunta que faço que faço a mim mesma, sempre que me lembro de ti é: “Quando é que poderei voltar a ver-te?”… Creio que nunca mais…
E lá estavas tu… deitado num mar de rosas brancas e cor-de-rosa pálido… Cheio de “fãs” à tua volta…
Porque é que o destino é tão severo connosco? Porque é que não somos imortais e, assim, temos todo o tempo do mundo para nos realizarmos e ser-mos felizes? Seria tudo tão mais fácil… Ou se calhar não, quer dizer… Se partiste por açgum motivo foi…
Mas a vida é assim e temos de nos conformar com isso…
E vou te pedindo que me venhas visitar de vez em quando… Para matar-mos as saudades que já tenho cá dentro desde a despedida…
Nunca esquecido…

αpαrıçαo



Estou sentada no autocarro. Tanta gente à minha volta. Há um burburinho incomodativo que vem lá de trás, espalhando-se pelo autocarro inteiro. Estou sentada no banco atrás do motorista, o que impede a possibilidade de ir acompanhada, de qualquer forma.
Olho pela janela. Estamos a passar o rio… A minha passagem favorita… Oiço uma voz a chamar por mim… “Keisha… Keisha…” Conheço a tua voz… O teu cheiro… Sabia o que ia ver se olhasse à minha volta…
E então vi-te. Apareceste no meio do rio, como um sonho tornado realidade…
Lá estavas tu… Estendeste-me a mão e olhaste para dentro de mim… Os teus olhos brilhavam como o reflexo do Sol no rio Douro…
Veste branca, asas transparentes, pele pálida… Lágrimas escorrem dos meus olhos como se eu fosse um jarro de água partido naquele momento…
Tentei agarrar a tua mão… Mas acabei por bater com ela no vidro da janela… E tu desapareceste… Com os teus olhos luminosos, as tuas asas de anjo, as tuas vestes brancas, a tua pele pálida como o gelo… As tuas mãos estendidas, a chamar por mim…
Mas vi-te… Como nunca te tinha visto… Agora posso guardar esta mais recente memória comigo… No meu coração… Na minha mente… Na minha última recordação, estavas deitado numa cama branca, olhos fechados, pensei que para sempre… Também de veste branca… Mas não estavas de mãos estendidas para mim, nem tinhas as tuas belas asas transparentes… Tinhas apenas flores por toda a cama, percorrendo o teu corpo… As únicas coisas coloridas, naquele dia eram as flores… Nem a tua pele estava da cor do costume… Estava branca… Gelada… Luminosa…
E digo, de sorriso e lágrimas na cara, obrigada pelo momento… Obrigada por teres vindo visitar-me como desejei desde que partiste para o outro mundo… O mundo onde hoje pertences…
E agora te peço, do fundo do coração, que esperes por mim aí… Que aguardes o meu momento… Tu e todos que ainda permanecem junto a ti… E peço-lhes a eles que me venham visitar como tu o fizeste… Para que os possa recordar com alegria… Sem ser na temida cama branca… Onde tudo à volta é branco, transparente, luminoso… E apenas as flores se destacam…

tu εs






És Fogo, és Gelo
És Mar, és Céu

És Luz e Escuridão
És Frio e Calor.

És a Pedra, Suave
És o Vento, Forte.

És a asa que não voa
Que viaja pelos Céus.

És o barco que afunda
Que passeia pelo mar.

És Fada, sem magia
És conto, sem encanto.

És infância, sem alegria
És brinquedo, sem diversão.

És Companhia, sem ninguém
És Solidão, acompanhante

És Mulher, sem ventre
És Homem, sem abraço

És o olho que não vê
És a mão que não agarra

És veia sem sangue
Coração que não sente…