domingo, 18 de abril de 2010

cαtαstяofε



Olho à minha volta. Estou deitada na cama azul e verde do meu irmão mais velho, Nick. As paredes cobertas de tinta azul-turquesa lembram-me o céu azul que havia visto há uns dias atrás. Estava tão bonito! Esse azul alegre embala-me... Começo a pensar no dia de hoje... Relembro o encontro com os meus amigos, em especial o meu namorado, o Eric... Ele é fantástico! Namoramos há já dois meses e ainda não tivemos uma discussão... Quer dizer, além da confusão com os bilhetes do cinema, nunca discutimos... A minha melhor amiga, Sue, é a maior! Nunca conheci alguém tão prestável, carinhoso e confiável como ela. No outro dia o ‘Bigfoot’ estava a tentar ‘’gamar-me’’ o dinheiro do almoço quando apareceu a Sue e, virando-se para ele com cara de má, disse:
- O que pensas que estás a fazer? Não vês que ela precisa do dinheiro, seu idiota??
Foi espectacular da parte dela ter-me defendido e, ainda por cima, diante do ‘Bigfoot’, apesar de não lhe ter valido de nada, pois ele não achou lá muita piada ao facto de a Sue lhe ter chamado idiota e ameaçou-a com o punho cerrado e desatamos a correr dali para fora...
E, durante estas lembranças, começo a fechar os olhos... Lentamente... Cada vez mais... E, de repente ouço um grande BUM vindo de lá de baixo. Pareceu-me vir da cozinha mas esse BUM subia as escadas e estava agora a deitar a casa toda abaixo! O Nick subiu as escadas rapidamente para me avisar que a cidade estava a ruir. Fomos para fora o mais depressa que conseguimos e, quando me dei conta, as ruas estavam encharcadas, as casas a cair, as pessoas a fugir para locais pouco mais seguros, as pedras a cair pelas ruas a baixo, o vento cada vez mais forte... A minha mãe estava a tentar agarrar-se ao meu pai, que por sua vez tentava manter-se seguro à única coluna que se mantinha de pé até ao momento. Quando reparei, o Nick já não estava comigo. Olho para trás. A porta está fechada e ele bate nela com força a tentar sair. Grita: - Keisha!! Ajuda-me!! Ficou lá dentro fechado! Eu fazia os possíveis para conseguir chegar até à porta e ajudá-lo a sair mas quando levanto um pé, com esperanças de conseguir alcançá-la, uma rajada de vento leva-me consigo. O vento abraça o meu corpo com toda a força, as pedras enrolam-se à minha volta e as águas apoderam-se totalmente de mim, encharcando-me por completo... Sinto-me cada vez mais pesada e tenho a estranha sensação de estar a baixar de altitude, lentamente... E fecho os olhos... Deixo-me levar pela corrente...
Quando parece tudo ter acabado - as saídas, os namoros, a minha família, a minha felicidade, a vida – acordo de repente deitada no meio do chão, ainda meia atordoada... Olho à minha volta: As casas estão em ruínas, as ruas estão encharcadas, vazias, mortas... E o mais espantoso, a coluna onde o meu pai se segurava, está de pé. Levanto-me devagar. Reparo que fiz um golpe na perna... Parece profundo mas não analisei bem... Não gosto muito de sangue e tento não olhar... Enquanto me dirijo para a coluna, só consigo pensar onde estará a minha família... Peço por tudo que o meu Nick esteja bem... E a Sue? E o meu Eric? Os meus pais onde estão??? Oh meus Deus por favor que eles estejam bem!!
Quando estou quase a alcançar a coluna branca suja e roída caio no meio do chão...
A coluna cai também... Fecho os olhos... É o fim...

voαя




Ai voar! Quem me dera poder voar!
Ser livre como um pássaro!
Mas o meu voar é um voar diferente... É o voar da mente... Poder deitar-me na cama a olhar para o tecto e dois segundos depois infiltrar-me noutro mundo... O mundo da fantasia... O meu mundo.
Poder expressar os meus sentimentos nos rabiscos que sempre fiz e não quero deixar de fazer.
Esses rabiscos de felicidade e de esperança que espero que nunca se desvaneçam ou se transformem em rabiscos de tristeza e angústia. Esses rabiscos que espero que nunca desapareçam das imensas páginas escritas com carvão. Aquele carvão que marca nas mãos e que, das mãos, passa para o coração. Com tanta força que dá a sensação de um rasgão no peito.
E aquelas palavras vivas que não nos dizem nada, ao formarem as tão temidas frases e ao serem lidas dão-nos a entender que a solidão já dói e que as tão insignificantes palavras, afinal, fazem algum sentido.

pяısαo



Ó tu, meu amigo, que vives atrás das grades? Porque ficas preso dentro de ti mesmo? Porque não aproveitas a vida? Não há tempo para pensar ou sequer reflectir. Porque não te soltas? Sai dessa prisão onde não há vida! Lá fora há um mundo vivo à tua espera! Sê feliz! Aproveita para fazer o que nunca fizeste antes.
Tu que vives num canto, afastado de tudo e de todos, rodeado de solidão e aborrecimento!
Como é que não te cansas desse teu mundo afogado na escuridão?
Como é que consegues sobreviver a essa onda negativa que te enche a cabeça?
Porque não te libertas desse teu mundo desapaixonado e frio? Esse teu quarto tão escuro...tão vazio...
Não gostavas de ser livre? Livre como um pássaro que consegue ser superior a todos os outros insignificantes seres que não voam...como tu...

εяяo



Não finjas que não se passa nada. Sou suficientemente inteligente para perceber que algo de errado está a acontecer... Estamos distantes...
Talvez seja o sentimento de culpa que sinto e que sei que também sentes... Pelo menos tenho quase a certeza... Tenho tido provas suficientes para perceber que não estamos bem... E, por favor, não ignores... Não digas que estou a ser ridícula... ‘’Pois. pois... Estamos normais. E agora estou com a minha mãe. Adeus. ‘’... Só sabes dizer isto?? Por favor tenta ser mais criativo, se é que queres enganar-me!
Começo a aperceber-me que nada foi por acaso... Abusaste e eu deixei-me enganar... Tinha esperanças em nós... Agora sei que foi um erro e aprendi a lição... Apostei na nossa relação e tu despedaçaste a esperança que me restava... Se calhar foi merecido... Se calhar tinha de aprender esta lição nesta altura... Se calhar, de uma forma ou de outra, com quem quer que seja, tinha de acontecer... Se calhar o destino está escrito... E quando fazemos tudo para o mudar e reescrever ele muda... E o que tentámos apagar, está escrito mais à frente... Nunca conseguimos fugir ao destino... Nem com a morte... Até ela já estava escrita... Algures por aí... E esta lição estava lá, bem à minha frente... Talvez em todas as páginas que folheei e eu fiquei cega... Quis fugir a esse destino e acabei por cair nele... Sem buracos onde me esconder... Sem ruas por onde fugir... Só um beco em que a única saída é esquecer... Por muito duro que seja... Tirar tudo isto da minha cabeça... Tirar
tudo... Tirar-te a ti

sexta-feira, 9 de abril de 2010

α mαnıα dαs modαs


Dizem que se vai usar
Roupas como antigamente
Mas eu cá ainda não vi
Nada minimamente decente...

As miúdas com as saias
Que mais parecem altos cintos
Os miúdos de calças
E calções todos caídos.

As ‘damas’
Usam camisolas degoladas
Os chavalos e putos
T-shirt’s caviadas...

Meus amigos vejam só
O que vos passo a contar
No outro dia no IKEA
Vim a testemunhar:

Uma mãe de cinco filhos
Ou mais nem reparei,
Levava top cai-cai
Mini-saia como eu nem sei!

Se é esta a moda em Portugal
Eu cá sigo a minha
Os gostos são relativos
Lá diz a minha avozinha...



o ınıcıo ✽

Este é o inicio das aventuras do meu pensamento... Segue-as!! :'D